Secretaria de Damares pede a PF investigar ONG que pegou dinheiro de Quilombolas prometendo casa própria

A Secretária Nacional da igualdade Racial (SEPPIR), Sandra Terena, ligada ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, encaminhou ofício para Polícia Federal pedindo investigação da ONG Feinaiq Brasil, comandada por Paulo Quilombola e Nara Munduruku, que se passou por servidora federal em um Quilombo no interior de Minas Gerais nas comunidades de Três Barras, Buraco, Cubas e Candeias, no município de Conceição de Mato Dentro, pedindo dinheiro para um suposto cadastro em um programa de Casa Própria chamada Eco-Casas.  Na verdade, esse programa não existe e é uma forma de estelionato aplicado em pessoas extremamente humildes. Além da camisa com o brasão do governo, ela também usava um crachá falso e mentia que estava ligando para autoridades na frente dos Quilombolas.

Nara Munduruku vestia uma camisa com brasão do Governo Federal e pediu R$ 180 para cada uma das cerca de 300 famílias da região. Ela dizia que esse valor era uma doação para garantir a inscrição no falso programa de casas próprias. Neste Quilombo, muitos não ganham este valor por mês, outros mais pobres passam o ano sem ter este valor. A realidade pobre desta gente humilde que foi a cidade conseguir empréstimo para conseguir a inscrição para um sonho de moradia foi destruído por uma atitude criminosa aplicada no mais baixo nível de pobreza brasileira. De acordo com os quilombolas, Nara exigiu até cardápio especial em sua passagem pelo quilombo. Pediu ainda para levar ovos caipiras para o marido, Paulo Quilombola.  

A Secretária de Damares enviou uma equipe para visitar o local e investigar o caso. Esequiel Roque do Espírito Santo, Secretário-adjunto da SEPPIR e Luciano Moura, da mesma pasta, foram até o Quilombo e descobriram que houve lesão financeira aos quilombolas. O Secretário-Adjunto da Seppir descobriu que Nara enganou até o promotor de justiça da cidade, que chegou a tirar foto com a estelionatária.

O vereador Sidney Seabra da Silva, membro do Quilombo de Três Barras também foi enganado. “Estou muito triste pois eu tenho que dar uma resposta para minha comunidade”, disse. A reportagem do Agora Paraná teve acesso com exclusividade a um recibo assinado por Nara no valor de R$ 10.940,00 e a um depósito na conta de Paulo Quilombola no valor de R$ 1080 e um último recibo de R$ 2520,00