Gabinete de Greca tem 26 funcionários e custa R$ 4,2 milhões por ano aos curitibanos

Motorista do prefeito de Curitiba recebe R$ 17,6 mil por mês. O salário da secretária é R$ 16,5 mil – mesmo valor que recebe o assessor que amarra o cadarço dos sapatos de Rafael GrecaA conta é salgada. Para manter o gabinete em funcionamento, o prefeito de Curitiba, Rafael Greca, conta com 26 servidores, todos ocupando cargos em comissão ao custo anual de R$ 4,2 milhões por ano – contando já o 13.º salário. Os dados estão disponíveis no site da prefeitura de Curitiba.   

São despendidos nada menos que R$ 325,8 mil por mês só em salários.  Com este recurso seria possível comprar duas ambulâncias, por exemplo, todos os meses para a cidade de Curitiba. A conta quem paga são os curitibanos e sem a contrapartida nos serviços básicos como saúde e segurança de qualidade. 

No gabinete do vice-prefeito Eduardo Pimentel o cenário é mais real e menos fantasioso. Pimentel dispõe de quatro funcionários ao custo mensal de R$ 47,7 mil. Uma disparidade enorme quando comparado com o gabinete de Rafael Greca. 

Na lista de servidores lotados no gabinete do prefeito Greca estão servidores que pouco ou quase nada “servem” aos curitibanos. Conhecido pelas extravagantes viagens Brasil afora, Lucas Navarro de Souza é um sujeito de sorte. Do dia para a noite foi alçado ao posto de “grão mestre” do funcionalismo público de Curitiba. A folha de pagamento da prefeitura da capital paranaense mostra que Lucas embolsa por mês R$ 16.586,80 – um dos maiores salários de toda a administração municipal.

Na prática, ninguém sabe bem sua função. É uma espécie de faz tudo do prefeito Rafael Greca. Acompanha reuniões políticas e técnicas, mas em nada contribui. Uma das atividades que Lucas mais desempenha na prefeitura de uma das principais capitais do país chega a ser vergonhosa: é ele quem amarra os sapatos de Greca. O prefeito tem enorme dificuldade na simples tarefa que até uma criança de 4 anos faz rotineiramente – já que não consegue alcançar os próprios pés.  

Os holofotes se viraram para o sortudo funcionário do gabinete de Greca quando veio à tona o escândalo da farra da comida com recurso público – protagonizados por Greca e Lucas. Até porque os dois não se desgrudam. Até a sauna de um aristocrático clube de Curitiba os dois frequentam juntos. As contas das refeições do prefeito e seu assessor predileto são faraônicas. Greca e Lucas chegaram a gastar – com o dinheiro dos curitibanos – R$ 108,00 em quatro garrafas de água mineral de 500 ml, que se não fosse pelo nome e status poderiam custar R$ 6,00 em restaurante.  

Outro funcionário do Rafael Greca que chama atenção é Almir Carlos Bornancin, indicado pelo ex-vereador Hélio Wirbinski. No site da prefeitura ele figura como motorista de Greca, lotado no gabinete do prefeito. Por mês, ele recebe R$ 17.606,30 para trabalhar como motorista do prefeito. 

O mesmo salário de Lucas (R$ 16.586,80) é pago para Juliana Cruz Lima. Ela é a secretária de Rafael Greca. É quem anota os recados, marca compromissos na agenda e atende aos telefonemas. São apenas dois funcionários que tiveram a sorte grande de conhecer e cair nas graças do prefeito Rafael Greca. Quisera o funcionalismo municipal contar com tal bondade.  

Neste 1 de Maio, Dia do Trabalho, Lucas, Almir e Juliana são dois bons exemplos do abismo existente entre os salários pagos aos trabalhadores e servidores de Curitiba e a casta que vive dentro do gabinete do prefeito Rafael Greca. Não esqueça: R$ 4,2 milhões em salários para 26 funcionários lotados no gabinete de Rafael Greca. É muito dinheiro público jorrado pelo ralo.   

A gestão de Greca tem virado alvo de insatisfações principalmente após a entrada dele no DEM, do cacique Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, e do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que foi exonerado do ministério. O ex-deputado federal Abelardo Lupion, que domina o DEM no Paraná, já convive com reclamações da gestão do prefeito de Curitiba e estaria bastante receoso com os desdobramentos da pandemia do covid-19. Assessores próximos a Lupion já alertaram que o número de contaminados e mortes em Curitiba deve aumentar muito nos próximos dias e que o prefeito Rafael Greca tomou medidas equivocadas.