Pandemia aumenta riscos de intoxicação infantil

A Secretaria de Estado da Saúde chama a atenção de pais, responsáveis, cuidadores e professores para a prevenção ao envenenamento infantil, perigo que fica ainda maior durante a pandemia, com as crianças mais tempo em casa. As intoxicações na infância representam 18% do total de casos registrados no Paraná.

Além de envenenamento por ingestão de medicamentos, muitas crianças experimentam como materiais de limpeza, inseticidas, raticidas e cosméticos.

O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, reforça a necessidade de atenção para evitar esse tipo de acidente. “Os medicamentos têm cores e formas que se assemelham aos doces e isso é um risco potencial para a intoxicação infantil. O cuidado nesse momento de reclusão em casa é ainda mais importante”.

Os acidentes com as crianças de zero e quatro anos correspondem ao maior número de intoxicações infantis, representando 77% dos casos. O local mais frequente para a exposição ao produto tóxico é a própria residência, com 90% dos acidentes, o que indica que os agentes causadores ficam em locais acessíveis às crianças dentro de suas próprias casas. A contaminação ou exposição acidental representa 79% das intoxicações infantis notificadas.

Ambientes de convivência coletiva, como escolas ou creches, merecem atenção especial. Assim como em casa, o estabelecimento deve garantir que todas as substâncias que trazem risco de intoxicação devem ser armazenadas em locais seguros aos quais apenas pessoas autorizadas tenham acesso.

PRODUTOS – Os medicamentos são os maiores causadores de intoxicações infantis, com 45,5% das notificações. A apresentação (tamanho, forma e cor) dos medicamentos, associada ao acesso fácil das crianças em casa, corrobora para o grande número de ocorrências deste tipo de intoxicação. Eles têm aspecto atrativo e muitos são semelhantes a balas e doces, além de apresentarem um sabor agradável.

Em seguida, os produtos de uso domiciliar para limpeza são causadores de 16% dos casos. Da mesma forma, o acesso e a apresentação despertam a curiosidade infantil. Alguns são clandestinamente comercializados em garrafas PET, o que pode associá-los a sucos e refrigerantes.

Produtos químicos, raticidas, agrotóxicos, plantas tóxicas e cosméticos também aparecem como causadores de intoxicação.

EMERGÊNCIA – Em caso de acidente com qualquer produto ou agente tóxico é preciso procurar imediatamente atendimento médico. Se possível, levar foto, nome ou embalagem do produto ou agente tóxico causador de acidente. É importante ter o contato do centro de informações toxicológicas de sua região em local visível e fácil. (Centro de Controle de Envenenamentos do Paraná: 0800 410148) – Divisão de Vigilância de Zoonoses e Intoxicações.

Em outubro, acontece anualmente a campanha de Prevenção ao Envenenamento Infantil, próxima à data em que se comemora o Dia das Crianças, para sensibilizar pais, responsáveis, cuidadores e professores.

Confira medidas que devem ser adotadas para evitar esse tipo de acidente

– Medicamentos, produtos de limpeza, raticidas, inseticidas, cosméticos e outros produtos perigosos que podem causar intoxicação devem ser guardados longe do alcance de crianças, em armários trancados.

– Nunca dizer às crianças que medicamento é doce, faz crescer ou deixa forte.

– Medicamentos devem ser ministrados somente com prescrição médica, na dose e horários corretos.

– Guardar os alimentos separados dos produtos de limpeza;

– Nunca reutilize embalagens para armazenar produtos perigosos, como garrafas de refrigerantes, potes, frascos vazios.

– As embalagens de produtos perigosos nunca devem ser reutilizadas.

– Não deixar cosméticos ao alcance das crianças.

– Inseticidas e raticidas devem ser usados com muito cuidado, pois são venenosos também para os seres humanos.

– Somente empresas credenciadas pela Vigilância Sanitária estão autorizadas a realizar desratização ou desinsetização.

– Crianças devem sempre ser supervisionadas por adultos.

– Manter as plantas tóxicas fora do alcance de crianças.

– Orientar as crianças para não colocar plantas ou parte delas na boca, explicando o que isso pode causar;

– Procurar identificar as plantas que possui em casa, na escola, em espaços utilizados por crianças, obtendo informações básicas sobre elas.