Intercambistas da rede estadual voltam da Austrália com experiências e aprendizados

O Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, foi palco de reencontros emocionantes na noite desta segunda-feira (1º). Um grupo de 29 alunos da rede estadual, participantes do programa de intercâmbio estudantil Ganhando o Mundo, desembarcou no Paraná após um semestre letivo na Austrália. Os intercambistas foram recebidos por amigos e familiares, que prepararam faixas, bandeiras e muita festa na chegada dos viajantes.

Na bagagem, os jovens de 15 a 18 anos trouxeram, além da saudade de casa, experiências e aprendizados conquistados do outro lado do mundo. “Sem dúvidas, o Ganhando o Mundo é um dos programas mais transformadores da educação pública do Paraná. Ficamos orgulhosos em ver como os meninos e meninas voltam do intercâmbio com muito mais autonomia, independência, domínio da língua inglesa e conhecimentos que vão levar para toda a vida”, apontou o secretário de Estado da Educação, Roni Miranda.

O Ganhando o Mundo é o maior programa de intercâmbio estudantil para escolas públicas da América do Sul. A iniciativa do Governo do Estado permite que estudantes da rede estadual de ensino passem um semestre letivo em intercâmbio em países de língua inglesa, com todas as despesas custeadas pela Secretaria de Estado da Educação (Seed-PR).

Nos próximos dias, outros 246 estudantes que estão em intercâmbio voltam ao Brasil. Os demais intercambistas da Austrália desembarcam no Paraná nos dias 5, 7, 15 e 25 de dezembro, enquanto alunos que fazem intercâmbio na Irlanda retornam no dia 22, em dois voos diferentes.

Já os 50 participantes do Ganhando o Mundo Agrícola, que visitam os Estados Unidos, chegam ao Brasil em 23 de dezembro. Por fim, o grupo que está no Reino Unido finaliza o intercâmbio em janeiro de 2026, com retornos previstos para os dias 3, 5, 10 e 18. Todos os desembarques ocorrem no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, após conexão em Guarulhos (SP).

REENCONTROS E APRENDIZADOS – Assim que entraram no saguão do aeroporto, os intercambistas foram recebidos com celebração, palmas e abraços calorosos de pais, amigos e familiares. A farmacêutica Kelly Cristine Beltrame estava ansiosa pela chegada da filha Cecília, que completou o aniversário de 17 anos durante a estadia em Hobart, na ilha australiana da Tasmânia.

“Ela nunca tinha ficado tanto tempo longe da gente, então, para mim, também foi uma experiência diferente e nova. Ao mesmo tempo, eu sempre quis muito que ela fosse, para conhecer novas culturas e aprimorar o inglês. Então, essa oportunidade foi uma grande porta que se abriu para ela”, afirmou a mãe.

A estudante concorda que a saudade de casa foi um dos principais desafios do intercâmbio. No entanto, para Cecília Beltrame, a necessidade de se virar sozinha em outro país é um dos pilares essenciais e transformadores da experiência.

“No começo, é muito difícil, porque você não está acostumada a fazer tudo sozinha. Com o tempo, fui aprendendo a lidar melhor com isso e com a saudade também. Hoje, me sinto mais responsável e mais confiante para ter a iniciativa de fazer as coisas sozinhas”, destacou a estudante do Colégio Estadual Pedro Macedo, em Curitiba.

João Pedro de Mattos, de 17 anos, também teve um reencontro especial. O jovem não sabia que os pais e a irmã, residentes de Ariranha do Ivaí, no Vale do Ivaí, haviam percorrido quase 400 quilômetros para buscá-lo no aeroporto. A recepção surpresa foi marcada por choro, longos abraços e o compartilhamento das experiências que o jovem vivenciou na Austrália.

“Eu sempre vivi em uma zona de conforto, em cidade pequena. Então, o impacto, para mim, foi muito grande. Consegui trazer experiências e novas habilidades na bagagem, que posso aplicar na minha comunidade para ajudá-la também”, projetou o estudante, que fez intercâmbio na cidade de Perth.

A mãe, Joyce de Mattos, poderá acompanhar de perto os próximos passos de João Pedro, tanto em casa, quanto na escola. Professora de Matemática e Geografia na rede estadual de educação, ela dá aulas para o próprio filho no Colégio Estadual Presidente Kennedy, em Ariranha do Ivaí.

“Vejo ele mais maduro e mais independente. Acho que vou encontrar um outro João Pedro, com certeza, mudado para melhor. Foi uma experiência única, que talvez nós não poderíamos proporcionar, mas que o Governo do Estado está proporcionando, não só para ele, mas para muitos estudantes”, comentou.

Mesmo após o final do intercâmbio, o aprendizado continua. Ao retornar para o Brasil, os intercambistas seguem recebendo acompanhamento da Seed-PR e são incentivados a desenvolver ações de liderança e transformação na escola onde estudam, com base em práticas que vivenciaram durante a experiência internacional.

“O aluno que retorna do intercâmbio é um aluno inquieto, questionador. E nós queremos que ele volte com essa mentalidade de líder, que identifique problemas, promova mudanças e sugira soluções, dentro de um projeto interdisciplinar que se aplica dentro do colégio”, explicou o coordenador do programa Ganhando o Mundo, Marlon de Campos Mateus.

Os intercambistas seguem sendo acompanhados por técnicos pedagógicos do Núcleo Regional da Educação e da Seed-PR para a implantação de um projeto interdisciplinar na escola onde estudam. Dessa forma, o impacto do intercâmbio pode alcançar a totalidade da comunidade escolar.

Intercambistas do Ganhando o Mundo voltam da Austrália com saudades, experiências e aprendizados na bagagem

Foto: Silvio Turra/Seed

GANHANDO O MUNDO – Implementado a partir de 2022, o Ganhando o Mundo tem objetivo de aprimorar o repertório cultural e acadêmico dos estudantes, permitindo vivência e experiência na realidade de outros países. Além de aperfeiçoar o conhecimento de uma segunda língua, o programa potencializa o desenvolvimento da autonomia e liderança dos alunos da rede pública do Paraná.

A edição de 2026 será a maior da história do programa. Ao todo, 2 mil alunos vão estudar por um semestre letivo em diferentes países de língua inglesa – 1.000 estudantes irão para o Canadá, 300 para a Irlanda, 300 para a Nova Zelândia, 200 para o Reino Unido e 200 para a Austrália. Com o número recorde, o Ganhando o Mundo chegará a 4.540 alunos beneficiados desde o lançamento do programa, com investimento superior a R$ 403,5 milhões.

As despesas custeadas pelo Governo do Estado incluem alimentação, hospedagem, transporte, emissão de vistos e passaportes, passagens aéreas e terrestres, exames médicos, vacinas, seguro-viagem e saúde, matrícula, mensalidade da escola no exterior, material didático, uniforme e documentação escolar. Os jovens selecionados também recebem um auxílio de R$ 800 mensais durante o período do intercâmbio.

Além dos estudantes, o Ganhando o Mundo também ganhou edições voltadas para professores, pedagogos e diretores. Em 2025, alunos dos colégios agrícolas do Paraná também participam de uma edição especial, com intercâmbio em Iowa, nos Estados Unidos.

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