MON recebe mostras de Edson Queiroz e Gonçalo Ivo
EDSON QUEIROZ – A mostra “Arte Moderna na Coleção da Fundação Edson Queiroz” tem curadoria de Regina Teixeira de Barros e apresenta ao público um recorte do acervo da Fundação entre as décadas de 1920 e 1960, com foco na produção de artistas brasileiros ou atuantes no país durante este período.
São trabalhos de diferentes artistas e vertentes, ligadas pelo contexto histórico de décadas de profundas mudanças sociais no Brasil e no mundo, como Abraham Palatnik, Alfredo Volpi, Anita Malfatti, Cícero Dias, Di Cavalcanti, Iberê Camargo, Lygia Clark, entre outros nomes significativos das artes visuais.
“A abrangência temporal da Coleção da Fundação Edson Queiroz é ampla o suficiente para estimular muitas narrativas sobre a arte produzida no Brasil”, afirma Regina Teixeira de Barros. Individualmente, cada peça que compõe a exposição tem um imenso valor artístico. Em conjunto, elas criam infinitas possibilidades de interpretação.
A diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika, ressalta a importância das obras que compõem a mostra. “O acervo da Fundação Edson Queiroz dialoga com nosso acervo e apresentará ao público obras que representam o espírito do período modernista brasileiro. Para o MON, é um privilégio receber este conjunto tão marcante de um dos mais notáveis acervos do Brasil”, afirma.
Segundo o secretário de Estado da Cultura, João Luiz Fiani, essa aproximação do Museu Oscar Niemeyer com a Fundação Edson Queiroz vem consolidar essa fase do Museu em abrir o seu espaço para novas tendências, novas linguagens. “A mostra vai proporcionar ao público paranaense uma grande integração”, afirma.
GONÇALO IVO – A metáfora de um corpo ou, mais especificamente, de uma pele na obra de Gonçalo Ivo é o ponto central da mostra, que tem curadoria do crítico Felipe Scovino. Gonçalo Ivo é um dos mais destacados artistas brasileiros da geração 1980.
Radicado na Europa há 15 anos, possui ateliês em Paris e Madri, alternando-se em temporadas de trabalho com o Rio de Janeiro, onde mantém seu ateliê na serra de Teresópolis. Sua obra é reconhecida internacionalmente, sendo exposta em destacadas galerias e museus do Brasil e do exterior.
Juliana Vosnika destaca: “Estamos sempre buscando trazer para o nosso visitante o que há de mais prestigiado no cenário nacional e internacional. Esta mostra que apresenta obras de Gonçalo Ivo nos últimos 20 anos é um convite para um mergulho na arte em sua camada mais profunda, uma experiência intensa que passa pela excelência técnica e pela inspiração diversificada de um pintor cuja história transcende as fronteiras do Brasil”.
Em “Gonçalo Ivo: A Pele da Pintura”, a curadoria propõe a metáfora da pele como ponto da trajetória do artista. “É uma cor-matéria que vibra incessantemente e também se adapta como uma fina camada epidérmica sobre a tela-corpo. A cor confunde-se com a pele podendo ser na obra de Gonçalo, rugosa, desigual, seca, vibrante”, analisa Scovino, que reforça também as qualidades harmônicas e musicais da obra de Gonçalo, expressas na escolha dos títulos de algumas de suas obras: como contraponto, acorde, variações para coral e prelúdio.
João Luiz Fiani, comenta que existem artistas que conseguem expressar ao máximo toda a grandeza do seu trabalho, a grandeza da mente e da alma humana. “É assim que eu defino a obra do Gonçalo Ivo. Essa exposição que recebemos no MON é um presente para o Paraná. Tenho certeza que vai tocar muita gente”.