Paraná receberá investimento de R$ 1,1 bilhão em 11 novas PCHs nos próximos anos

O Paraná receberá, nos próximos dois anos, investimentos que somam cerca de R$ 1,1 bilhão para a construção de 11 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), que irão abranger 15 municípios. Todos os empreendimentos tiveram a energia que será produzida adquirida no 39º Leilão de Energia Nova A-5, realizado na última semana pelo Ministério de Minas e Energia (MME).

Nesta quinta-feira (28), o governador Carlos Massa Ratinho Junior recebeu representantes da Associação Brasileira de PCHs e CGHs (Abrapch), além de empresários e empreendedores do setor para detalhar o planejamento dos novos projetos.

“É uma grande oportunidade para o Paraná, que já é o maior produtor de energia elétrica limpa do País. É um investimento que pode chegar até R$ 1,5 bilhão, se a gente incluir, além das PCHs, as Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs). Com isso, a gente dá exemplo para o mundo, fruto de uma desburocratização que mantém o olhar sob a sustentabilidade”, disse o governador.

O Paraná foi o segundo estado do País em número de projetos vencedores do leilão, com a contratação de 110 megawatts. O fornecimento está previsto para começar em 1º de janeiro de 2030, atendendo distribuidoras do mercado regulado, que abastecem residências e pequenas e médias empresas.

As PCHs serão construídas nos municípios de Nova Cantu, Laranjeiras, Altamira, Itaguajé, Colorado Paranacity, Toledo, Cerro Azul, Clevelândia, Onório Serpa, Moreira Salles, Tuneiras do Oeste, Goioerê, Boa Vista da Aparecida e Cruzeiro do Iguaçu. São elas: PCH São Salvador, Água Tremida, Caratuva, Generoso, Itaguajé, Cantu 1, Ribeirão Bonito, Córrego Fundo, Nova Geração, Tito e Trindade Baixo Jusante.

“Tudo é gerado quando há vontade. E é com vontade que seguimos em frente no Paraná, com uma indústria verde, uma legislação séria, que nos permite ter a capacidade de gerar energia limpa, justa, barata e ética”, salientou o secretário de Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca.

Já o presidente do Instituto Água e Terra (IAT), Everton Souza, lembrou que além de gerar energia limpa, as PCHs também protegem áreas verdes. “É um exemplo que o Paraná dá. São mil hectares do empreendimento em si e quatro mil hectares que deverão ser protegidos. Ou seja, ofertamos energia limpa e crescemos de maneira sustentável”, explicou.

De acordo com o secretário das Cidades, Guto Silva, são municípios pequenos que serão contemplados com empreendimentos que mudarão a realidade local. “Além de serem pequenas indústrias a céu aberto, porque geram empregos, as PCHs, injetam recursos para os municípios, o que reforça o desenvolvimento local”, afirmou.

De acordo com a presidente da Abrapch, Alessandra Torres de Carvalho, o Paraná, ao lado de Goiás, foi o estado que mais licenciou PCHs nos últimos anos. “O órgão ambiental do Paraná é um exemplo para o Brasil. Em alguns estados, o licenciamento de uma pequena usina leva até dez anos. Aqui, o processo foi simplificado, sem perder de vista a análise técnica e jurídica”, destacou.

O presidente do Conselho de Administração da Abrapch, Pedro Dias, ressaltou a importância dos novos projetos para o consumidor. “Essas PCHs representam energia mais barata para os paranaenses. O leilão mostrou a necessidade real das distribuidoras em contar com uma fonte confiável, sem intermitência, como ocorre em outras matrizes”, afirmou. Segundo ele, os projetos também vão impulsionar o desenvolvimento dos municípios. “Com as PCHs, os municípios que às vezes tem baixo IDH, recebem um boom, porque gera turismo e lazer”, detalhou.

BENEFÍCIOS AMBIENTAIS – As Pequenas Centrais Hidrelétricas apresentam vantagens socioambientais como a preservação e ampliação das matas ciliares (até 3,5 vezes mais), proteção de nascentes e melhoria da qualidade da água com retirada de resíduos dos rios, baixa emissão de carbono, geração de emprego e renda local com impacto positivo no IDH regional, além de fornecer energia limpa e de longo prazo, sem passivos ambientais futuros.

Atualmente, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Paraná possui 114 PCHs e CGHs em operação. Outras cinco estão em construção, sete aguardam início de obras e 116 estão em fase de registro de intenção de outorga, além de 35 processos em estágio de estudos de inventário.

O protagonismo do Paraná em energias renováveis também se reflete em indicadores nacionais. O Estado ocupa a vice-liderança em sustentabilidade ambiental no Ranking de Competitividade dos Estados, divulgado na última quarta-feira (27) pelo Centro de Liderança Pública. É líder nacional em transparência das ações de combate ao desmatamento, primeiro em reciclagem de lixo e vice-líder em coleta seletiva. Nos últimos anos, o Paraná registrou uma redução de 64% no desmatamento da Mata Atlântica, resultado de uma fiscalização intensiva, com apoio de satélites.

FUNDO – O governador também disse no encontro com empresários do setor que o Estado estuda, em conjunto com as PCHs, um fundo específico para projetos de energia renovável. “Ele pode seguir a mesma lógica que fizemos para o agronegócio do Paraná, com o primeiro Fundo de Investimento Agrícola do Brasil. A ideia pode ser criar uma linha de crédito, em parceria com o setor privado, garantindo juros mais baixos e recursos para projetos de maneira mais rápida e barata”, afirmou.

PRESENÇAS – Também participaram da reunião o vice-governador, Darci Piana; da Abrapch, o diretor técnico e financeiro, Ademar Cury da Silva e o secretário executivo, Alisson Rodrigues; do conselho da entidade estiveram presentes os conselheiros Walfrido V. Ávila, Julio Fantin Ribeiro e Luís Roberto Dantas Bruel; e das empresas, Luiz Antônio Valbusa, da SEMI Turbinas, Marco Antônio Pires Flessak e Ilson Luís Flessak, da Flessak Sistemas Elétricos, Eduardo Jefferson Meyer (PCH São Salvador e PCH Itaguajé), Flávio Crovador (PCH Água Tremida), Marco Della Justina (PCH Generoso), Jaime Nicola Pellanda (PCH Trindade de Baixo Jusante), Adriano Varassin (PCH Córrego Fundo), Alisson Carraro e Clairto Zonta (PCH Tito), Tarcísio Hübner (CGH Nova Geração), Rafael Moura de Oliveira e Thiago Luiz Paulino (PCH Cantu 1), Valdevir Gromowski e Edson Luiz Baldissera (PCH Caratuva) e Paulo Roberto Schwab (PCH Ribeirão Bonito).

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