Em Sevilha, Itaipu faz a defesa do investimento público para a promoção do desenvolvimento
Binacional participa de painel com bancos e outras organizações brasileiras durante a 4ª Conferência da ONU de Financiamento para o Desenvolvimento
A defesa do investimento público para reduzir desigualdades e promover o desenvolvimento sustentável em suas várias dimensões foi a tônica do debate durante o evento paralelo Inovando a Cultura do Financiamento: Perspectivas do Sul Global. Promovido pela Secretaria Geral da Presidência da República (SGPR), o painel fez parte da programação da 4ª Conferência Internacional de Financiamento para o Desenvolvimento (FFD4), realizado nesta semana em Sevilha, Espanha.
O ministro Márcio Macedo (SGPR) fez a abertura do evento reforçando o compromisso do governo brasileiro com a promoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030. E destacou a importância da participação da sociedade civil nesse processo. “Passamos por um momento complexo, de grandes desafios no cenário mundial. Mas, mais do que nunca, é preciso reforçar a cooperação para viabilizar financiamento para as metas da Agenda 2030”, afirmou.
A Itaipu, representada pelo diretor de Coordenação, Carlos Carboni, apresentou seu modelo de atuação territorial, em parceria com prefeituras, comunidades e outros atores sociais, na realização de projetos que fazem parte do programa Itaipu Mais que Energia, realizado em 434 municípios do Paraná e Mato Grosso do Sul. Nesse território, a empresa estabeleceu 21 Núcleos de Cooperação Socioambiental, promovendo um modelo de gestão participativa com a comunidade, contribuindo com o diagnóstico e planejamento das ações.
Carboni também apresentou dois editais lançados pela Itaipu, para o fomento de ações sociais, de transição energética, cuidados com o solo e a água, contribuindo assim com a redução da pobreza e o enfrentamento da crise climática. “A ação socioambiental faz parte da missão institucional da Itaipu e está diretamente relacionada ao negócio da empresa. É preciso boa qualidade ambiental e boas condições sociais e econômicas para assegurar o futuro da produção hidrelétrica”, afirmou.

Avanços
Durante o evento, o embaixador Philip Fox, do Ministério de Relações Exteriores, fez um resumo das negociações do Compromisso de Sevilha no âmbito do FFD4 e destacou a aprovação do documento, apesar das dificuldades no cenário internacional. O debate crescente sobre a dívida de países emergentes (que gastam mais com serviços financeiros do que com educação e saúde, por exemplo) e aspectos ligados a gênero e raça estão entre esses avanços, segundo ele. “É o suficiente? Certamente que não. Mas já um avanço você ter esses aspectos na discussão. E o documento ter sido aprovado também não é pouca coisa.”
Fox destacou ainda a importância dos eventos paralelos na programação da Conferência, hoje tão relevantes quanto as negociações entre os países, principalmente por darem visibilidade à participação da sociedade civil na promoção do desenvolvimento sustentável.
Nesse sentido, a própria agenda do evento paralelo da SGPR exemplifica essa participação, por ter contado com representantes da organização Geledés – Instituto da Mulher Negra (que abordou a importância do empoderamento financeiro de afrodescentedentes); da Campanha Nacional pela Educação (sobre diversos aspectos do financiamento estudantil); da ACT Promoção da Saúde (sobre instrumentos da reforma tributária pra a promoção da saúde); da Organização Ibero-americana da Juventude (sobre a importância da inclusão dos jovens na pauta do desenvolvimento); e da organização Gestos (sobre intermediação financeira para o desenvolvimento sustentável). O evento contou, ainda, com a participação da Fundação Banco do Brasil, BNDES e Banco da Amazônia.