Bolsonaro só vai a Brasília na próxima semana, diz futuro ministro da Casa Civil

Futuro ministro da Casa Civil, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) afirmou nesta segunda-feira (29) que o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) só deve ir a Brasília na próxima semana.

O plano inicial era que Bolsonaro viajasse na terça-feira (30) à capital federal para conversar com o presidente Michel Temer sobre o processo de transição de governo.

Seus aliados, contudo, o aconselharam a permanecer no Rio de Janeiro e só após da nomeação dos aliados, o que deve ocorrer até quinta-feira (1), dar início ao trabalho em Brasília.

Lorezoni disse que o presidente eleito aproveitará esta segunda para 'relaxar', e que haverá uma reunião na terça, no Rio, com aliados mais próximos.

Pela legislação que regulamenta o processo de transição no Brasil, o presidente eleito tem direito a nomear 50 cargos. Essas pessoas terão acesso às ações e dados do governo federal e trabalharão no (CCBB) Centro de Convenções do Banco do Brasil da capital federal.

Lorenzoni é quem vai a Brasília esta semana para conversar com a equipe de Temer. Ele e o general Augusto Heleno, anunciado por Bolsonaro para o Ministério da Defesa, devem dar início ao processo.

Ele disse que a equipe de transição do presidente eleito não deve ter os 50 integrantes autorizados por lei.

"Não temos a obrigatoriedade de colocar tudo (cargos) na mesma hora. Vai uma primeira parte da equipe, depois vai uma segunda parte da equipe, na medida da necessidade. Não pretendemos usar os 50 cargos."

O deputado do DEM negou que Bolsonaro deve anunciar o nome de novos ministros ainda esta semana.

Até o momento, o presidente eleito confirmou os ocupantes de três pastas: Casa Civil (Onyx Lorenzoni), Defesa (Augusto Heleno) e Economia (Paulo Guedes).

"Não, não [serão anunciados novos ministros]. Ele [Bolsonaro] vai amadurecer, pensar. Eu defendo que ele só anuncie os ministérios em bloco, no finalzinho de novembro, início de dezembro", disse. 

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) se prepara para desembarcar amanhã (30), pela manhã, em Brasília em um voo comercial. A informação foi confirmada por aliados à Agência Brasil. Como fez no primeiro turno, Bolsonaro evitou utilizar jatinhos particulares, viajando sempre em voos de carreira.

Em Brasília, ele dará início aos trabalhos do governo de transição, quando as equipes dele e do presidente Michel Temer sentarão para analisar os principais detalhes da estrutura administrativa federal.

O presidente eleito deve passar o dia de hoje em casa, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

O local foi usado como o quartel-general da campanha ao longo dos últimos dias e cenário de muitas das declarações reportadas ao povo ao longo da disputa eleitoral.

Aliados e amigos de Bolsonaro vêm tentando, nos últimos dias, convencê-lo a permanecer no Rio de Janeiro esta semana para descansar, sob a argumentação de que terá dias de muito trabalho pela frente.

O presidente eleito já confirmou o nome de quatro ministros: Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Paulo Guedes (Fazenda), General Heleno (Defesa) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia).

A expectativa é que todo o primeiro escalão já esteja definido em novembro.

Além disso, 50 nomes serão indicados para o governo de transição quando o grupo deve traçar as primeiras estratégias a partir do que Bolsonaro apontar como prioridade.

Em dezembro, provavelmente ele se ausentará desse trabalho por alguns dias para a cirurgia de retirada da bolsa de colostomia que tem usado desde que sofreu um atentado a faca em Juiz de Fora durante a campanha do primeiro turno.