Mulheres indígenas são protagonistas na luta pela igualdade
Exemplo de superação, a fisioterapeuta Silvia Nobre Waiãpi e a jornalista Sandra Terena tem algo em comum. As duas venceram barreiras, quebraram paradigmas e preconceitos e se tornaram pioneiras, cada uma em sua carreira, e se tornaram protagonistas na construção de políticas públicas no Brasil.
Silvia Nobre foi a primeira oficial de origem indígena das Forças Armadas do Brasil. Sua história de superação da infância na tribo de etnia Waiãpi, localizada no Triângulo Amapari – Parque Indígena do Tumucumaque, no Estado do Amapá, até chegar à chefia do Serviço de Medicina Física e Reabilitação em Fisioterapia do Hospital Central do Exército (HCE), no Rio de Janeiro, a Tenente Dra. Silvia Nobre Lopes percorreu uma longa trajetória, permeada por muitas lutas. Ela faz parte do seleto grupo de personalidades que foram agraciadas com a Medalha de Honra ao Mérito Dr. Fernando Lemos, criada pela Autarquia, em 2011, para reconhecer a atuação daqueles que contribuem para a construção da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional no Estado do Rio de Janeiro.
A fisioterapeuta e Tenente do Exército, Dra. Silvia Nobre Waiãpi, vem desempenhando um importante trabalho de valorização da profissão como chefe do Serviço de Medicina Física e Reabilitação em Fisioterapia do Hospital Central do Exército. Sua atuação contribuiu para que o HCE se tornasse único hospital do Brasil com o atendimento de Fisioterapia em Emergência 24 horas, com equipe formada em resgates e transporte aeromédico, além de único na América Latina cujos fisioterapeutas intensivistas e emergencistas são treinados em defesa química, biológica, radiológica e nuclear.
Voz, texto e ação em defesa de comunidades tradicionais
Outra mulher indígena que se destacou na conquista de políticas públicas é a jornalista Sandra Terena. Ela também tem uma trajetória incomum dentro do cenário envolvendo a comunidade indígena no Brasil. Escolheu a profissão como meio de defesa das comunidades tradicionais no Brasil. Em 2008, foi uma das fundadores da primeira aldeia indígena urbana do Sul do Brasil, Kakané Porã, onde vivem 35 famílias indígenas dos povos guarani, kaingang e xetá. "Lembro que toda essa comunidade vivia em uma ocupação irregular, insalubre, que tinha apenas um chuveiro frio para todos tomarem banho. A conquista de uma aldeia urbana em uma das capitais mais importantes do país, Curitiba foi uma grande conquista na garantia dos direitos humanos fundamentais", disse
Sandra ficou reconhecido no cenário internacional pela direção do documentário Quebrando o Silêncio, que comprovou a prática do infanticídio em algumas tribos indígenas e garantiu a ela o prêmio internacional Jovem da Paz em 2009 porque por meio da conscientização muitas crianças indígenas foram salvas. A jornalista também abriu a noite dos Museus em Portugal, na cidade de Torres Vedras com a Exposição Beleza Ameaçada. Em 2013, Sandra Terena assumiu uma diretoria na Coordenação de Mobilidade Urbana da Secretária de Trânsito de Curitiba. No período, representou a pasta nas temáticas: igualdade racial, LGBTI e da pessoa com deficiência e a partir de 2017 passou a integrar o quadro da Fundação Cultural de Curitiba, órgão ligado a prefeitura.