Economia com Nossa Feira chega a R$ 10,9 mi

Implantado pela atual gestão, o programa Nossa Feira proporcionou economia superior a R$ 10,9 milhões aos consumidores que frequentam as feiras de hortifrútis com preço do quilo regulado pela Prefeitura de Curitiba. A economia gerada é a soma de todo o volume comercializado, desde o início do programa em março de 2014 até agora. Somente neste ano, os usuários do programa tiveram acesso a mais de 7,7 mil toneladas de frutas e verduras com preços 46%, aproximadamente, abaixo da média praticada no varejo convencional. Valores que representam mais de 53 mil atendimentos por mês.

O programa foi iniciado com cinco pontos e, ao longo da gestão, foram criados outros 15, chegando a 20 unidades em todas as regiões de Curitiba. As feiras estão instaladas em locais onde havia deficiência no acesso a frutas e verduras, priorizando a proximidade a escolas, conjuntos habitacionais populares, áreas de grande circulação de pessoas e de acesso ao transporte coletivo. A localização, combinada ao período de funcionamento – entre 16h e 21 horas, entre outubro e fevereiro –, permite o acesso de pessoas que trabalham em horário comercial, aumentando a praticidade.  

“O consumidor tem à disposição nas Nossas Feiras mais de 30 produtos com preços bem abaixo do praticado no varejo convencional. Em momentos de crise econômica, é um importante serviço para a população. O programa é de longo alcance e permitiu alimentação digna e manutenção do padrão de consumo, mesmo com a população perdendo renda. E ainda garante aos agricultores familiares ter um ganho maior que na venda convencional, pois não há o intermediário”, destacou o prefeito Gustavo Fruet.

Intersetorialidade e Coparticipação

A instalação das Nossas Feiras é parte de um conjunto de ações implantadas pela Secretaria Municipal do Abastecimento, entre 2013 e 2016, que colocou em prática uma nova visão da política pública de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN). A nova política de abastecimento do Município utilizou como norteadores a prática da intersetorialidade e da coparticipação, com baixo custo de implantação dos programas pelo poder municipal.

A intersetorialidade prevê a participação e a interação de pelo menos dez secretarias e órgãos municipais, relacionados ao tema, para a implantação de ações de segurança alimentar e nutricional. Ao mesmo tempo, atende aos interesses dos agentes de toda a cadeia do alimento – oferta e maior acesso ao alimento saudável e de forma sustentável pelo poder público, agricultores familiares e consumidores. Isto de forma coparticipativa, já que cada agente participa do processo como um todo, o Município oferta alimento saudável e mantém o preço acessível, o consumidor tem a possibilidade de comprar alimentos de qualidade e o produtor familiar tem a garantia de comercialização das safras, por meio de cooperativas, em um canal de venda direta, sem intermediários e com rápida circulação monetária.

“A Prefeitura garantiu alimentos mais baratos, em horário de fácil acesso e em regiões da cidade mais desabastecidas. Isto é a garantia da qualidade de vida e de melhor saúde alimentar. O programa também auxilia a economia, pois movimenta os diversos setores envolvidos e as regiões em que estão instaladas as feiras", avalia o secretário do Abastecimento, Marcelo Munaretto.

Modelo

Inovador, no modelo implantado, o poder municipal interage apenas como articulador e regulador do serviço. Cabe às cooperativas de agricultores familiares licitadas exercerem o papel de gestão do negócio, da compra a comercialização dos produtos nas feiras. Apenas uma das cooperativas envolvidas, de São José do Pinhais, aumentou em 450% o seu volume de vendas ao integrar o sistema, o que garantiu melhor remuneração aos seus cooperados. A maior parte dos produtos vem de produtores familiares da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) e, em parceria com outras cooperativas, adquire os produtos não cultivados na região ou nas entressafras.

O modelo implantado em Curitiba chamou a atenção não só no país como no exterior. O sistema da Nossa Feira foi apresentado em Brasília (DF), para servir de modelo a outras cidades do país; a autoridades e técnicos de outros municípios de Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Paraná que pretendem implantar o sistema onde há estrutura de Ceasas (Centrais de Abastecimento), como Londrina (PR); e em diversos países, como Estocolmo (Suécia), Roma (Itália), Paris (França) e México, entre outros.