Prefeitura forma servidores em pós-graduação sobre prevenção às drogas

Na busca por mais eficácia nas ações de prevenção às drogas, com ênfase na população escolar, a Prefeitura encabeçou uma pós-graduação gratuita, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), a servidores municipais interessados em desenvolver o tema. Após um ano e meio de curso, 42 projetos foram apresentados na última semana, por profissionais das áreas da educação, esporte, saúde, assistência social e cultura.

São ideias desenvolvidas com base na experiência profissional, área de atuação e de afinidade de cada estudante e que, a partir de agora, serão analisadas detalhadamente pela equipe do Departamento de Política Sobre Drogas da Secretaria da Defesa Social. Dependendo da viabilidade e base orçamentária, poderão ser implementados nas comunidades.

“A apresentação de todos os projetos desenvolvidos no decorrer da Pós-graduação em Prevenção ao Uso de Drogas nos mostrou ainda mais as necessidades enfrentadas no dia a dia das comunidades escolares”, diz o diretor do Departamento de Políticas Sobre Drogas, Cristiano de Bastiani. “Os servidores puderam expor suas angústias e apresentar propostas trabalhando com outros servidores, crianças, adolescentes e jovens”, acrescenta.

Fundamentar cientificamente a base de um projeto de prevenção para atingir resultados expressivos foi um dos pontos positivos da pós-graduação, segundo aponta Grace Kelly Puchetti Ferreira, gerente de Prevenção do Departamento de Políticas Sobre Drogas e que foi uma das alunas do curso.

“Ainda existem alguns conceitos bem errados sobre as ações da prevenção. Essa especialização nos ajudou a perceber, através de pesquisas e fundamentação teórica, quais ações são eficazes para o público-alvo, que é a população escolar”, pontua Grace.

A experiência provou, ao longo dos anos, que apenas palestras e entrega de panfletos sobre a temática não atingem o efeito esperado. Segundo Grace, é preciso encontrar métodos para chamar a atenção desse público e para obter uma aprendizagem significativa, numa linguagem mais próxima do mundo e das experiências que eles vivem cotidianamente.

“Meu projeto surgiu da inquietação em relação às ações de prevenção que eu lia e avaliava. Busquei entender na neurociência o mecanismo cerebral do pré-adolescente, porque ações de prevenção são importantes antes da fase da poda neuronal, quando é determinada como será a vida futura”, explica ela, que foi orientada no trabalho pelo professor Kleber Bez Birolo Candiotto.

A proposta inovadora de Grace é um aplicativo de rede social em linguagem próxima do público-alvo, para desenvolver habilidades sociais, de vida e para abordar a situação que o adolescente enfrenta, o que ele gosta de fazer e principalmente, o que ele conhece sobre substâncias psicoativas.

“Desse modo vou conseguir levantar dados em relação aos riscos que essa criança ou adolescente tem na comunidade ou na família, de maneira informal, não com um entrevistador na frente dele, que muitas vezes se sente coagido”, explica Grace.

Aprimoramento no trabalho

Hoje no Departamento de Lazer da Secretaria do Esporte, Lazer e Juventude (Smelj) os servidores Leila Rivera e Tiago Campos participaram da especialização. “O curso reforçou atividades que desenvolvíamos tendo como foco o protagonismo juvenil, para que o adolescente tenha maior capacidade na tomada de decisões, e nos ajudou a aplicar melhorias”, conta Leila.

Com o projeto “O que as propagandas não mostram”, a servidora da Saúde Ana Paula Pimenta Barbieri abordou o tema álcool como porta de entrada para substâncias ilícitas. A ideia é implementar a proposta em grupos de meninos e meninas de 14 a 17 anos na rede de atendimento do Centro de Referência de Assistência Social (Cras).

“Por meio de rodas de conversa para construção de conhecimento, criar uma contrapropaganda, em parceria com escolas e unidades de saúde, para divulgar o material que os participantes quiserem produzir, como vídeos ou cartazes”, exemplifica ela.

Para o projeto da servidora Valéria Pereira da Silva, o foco foi nas famílias de adolescentes que cumpriram medidas socioeducativas, fundamentando a influência e a relação com a família para o desenvolvimento desse público. “Propus a ampliação da proposta que já é desenvolvida pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social – Creas Boa Vista, que atende esses adolescentes, mas agora com a participação das famílias deles”, conta.