Prefeitura mantém diálogo sobre projeto de bilhetagem

O prefeito em exercício, Eduardo Pimentel, recebeu nesta terça-feira (13/11) representantes do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc). O tema da reunião foi o projeto de lei encaminhado à Câmara Municipal, no fim de outubro, que permite a instalação do sistema de bilhetagem eletrônica em todo o transporte coletivo da capital.

Pimentel garantiu que a Prefeitura está aberta ao diálogo para discutir o assunto. “Somos sensíveis ao tema, não queremos que essas famílias percam o seu sustento e sejam prejudicadas. É preciso garantir boas condições para essa transição e temos que pensar em uma forma de qualificação desses profissionais”, disse.

Ele lembrou que o projeto não tramita em regime de urgência no Legislativo e haverá um amplo canal de conversas com os cobradores. “O projeto não deve ser votado nesse ano, e teremos uma oportunidade de conversar com os vereadores, com a sociedade e com a categoria”, afirmou. “Eu recebi esse documento e encaminharei ao prefeito Rafael Greca. A intenção é que um grupo técnico possa analisá-lo”, disse, ao receber os pedidos do Sindimoc.

Uma primeira reunião para tratar do assunto ficou marcada para a próxima quinta-feira (22/11), na Urbs.  O presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, destacou a abertura ao diálogo e o respeito apresentados pela Prefeitura. “Pedimos a retirada do projeto, mas estamos abertos ao diálogo e teremos essa reunião na próxima quinta-feira. Mas a mobilização continua”, afirmou.

A proposta de modernização do sistema de cobrança no transporte de Curitiba tem tripla finalidade: colaborar com as medidas de sustentabilidade financeira do transporte público, estar alinhada ao avanço tecnológico  e aumentar a segurança.

Na mensagem encaminhada ao Legislativo, a Prefeitura reforça que os cobradores são alvo frequentes de roubos e violência no sistema de transporte da capital. Mas em veículos que passaram a usar o modelo de bilhetagem no sistema o número de assaltos caiu em mais de 90%.

Atualmente 60% dos passageiros de Curitiba entram nos ônibus das linhas urbanas da capital usando o cartão-transporte. Com mais pontos de recarga a Urbs estima um aumento significativo nesse número.

O texto encaminhado ao Legislativo altera a lei nº 10.333, de 2001, que permite que não haja cobradores somente nos ônibus que param nas estações-tubo e nos micro-ônibus.

A proposta ainda precisa passar pela Procuradoria Jurídica do Legislativo e pelas comissões da Casa antes de ser votada em plenário.

A proposta tem como base a Convenção Coletiva da categoria de Motoristas e Cobradores assinada com o Sindimoc, registrada no Ministério do Trabalho em maio deste ano.

Na vigésima quarta cláusula o documento indica que, para se adaptar, as empresas de transporte oferecerão durante o ano cursos de requalificação para esses funcionários. Esta convenção coletiva também prevê a estabilidade de emprego por 12 meses.