Alunos ganham celulares para acompanhar as atividades virtuais

Colégios estaduais estão promovendo ações de arrecadação de celulares para que os alunos que não têm o dispositivo em casa possam acompanhar integralmente as atividades digitais. De acordo com a Secretaria da Educação, a iniciativa é importante para manter o vínculo com os colegas e também com os professores durante o período em que o ensino acontece de forma remota.

Em Curitiba a ideia surgiu dos próprios professores, preocupados justamente com o descompasso dos estudantes que não tem celular com o restante da turma. “A ação de veio a partir de uma reunião da equipe diretiva com os professores, pois os alunos que usam o material impresso estão sendo atendidos, mas sem contato com professores e colegas de turma, sem a rotina que os outros têm”, explica a diretora-geral do Colégio Estadual Paula Gomes, Cristina Felisbino de Matos.

Ele comenta que a direção do colégio e professores conversaram entre si para tentar arrecadar os aparelhos. Como a campanha foi iniciada há pouco tempo, até o momento foram arrecadados sete celulares. “Começamos a fazer as doações no final da primeira semana, junto o material impresso”, completa. “Nós tivemos o cuidado de ligar para as famílias e explicar a ação, perguntando se haveria interesse e autorização para dar o celular aos estudantes, explicando também que o pacote de dados não seria consumido”, reforça.

Cristina acrescenta que, com a autorização dos pais ou responsáveis, o aluno foi até o colégio, instalou o aplicativo das aulas em conjunto com os professores e recebeu o aparelho.

INTERIOR 

Ações para arrecadar celulares para os estudantes também aconteceram em União da Vitória. O Núcleo Regional de Educação firmou uma parceria com o Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania do Fórum Cível (Cejusc) e com a Vara da Infância e Juventude para a campanha Ajude um Aluno.

“O objetivo é arrecadar e doar celulares, tablets ou computadores para os estudantes que não têm. Até o momento foram doados 20 aparelhos eletrônicos e a ideia é dobrar este número nesta semana”, destaca o chefe do NRE de União da Vitória, Carlos Alberto Polsin.

Inicialmente, o núcleo fez um levantamento de quantos alunos estavam na situação de descompasso com o restante da rede, e aproveitou um projeto de mais de uma década na região. “O juiz de direito da Comarca de União da Vitória foi um dos precursores da campanha, pois a parceria já acontece há mais de uma década para combater evasão escolar”, disse Polsin.

“Neste momento de pandemia foi feita uma solicitação ao juiz para que os aparelhos eletrônicos apreendidos fossem doados e, em um segundo momento, passamos a incentivar a doação de celulares ou notebooks por parte de toda a população”, destacou o chefe do NRE.

Ele reforça que a campanha não tem uma meta final, mas que a intenção é beneficiar o máximo de estudantes possível. “Muitas pessoas se solidarizaram com a causa e doaram, além da colaboração do Centro Universitário de União da Vitória. Alunos e professores dos cursos de tecnologia se oferecem para formatar os celulares apreendidos para que cheguem sem problema técnico para os alunos”, destaca Polsin.