Ecovia não explica demora em atender acidentes na BR-277
O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB) disse nesta quarta-feira, 21, que a Ecovia tenta se esquivar da responsabilidade pelo acidente ocorrido em agosto na BR-277 em São José dos Pinhais, que matou 8 pessoas e deixou mais de 20 feridos. Romanelli lamentou ainda outro grave acidente ocorrido no último fim de semana, que envolveu três caminhões e um carro. Uma pessoa morreu e duas ficaram gravemente feridas. A concessionária explora a praça de pedágio entre Curitiba e o litoral. A tarifa é de R$ 21,7 para carro de passeio.
“Além de pagar caro pela tarifa de pedágio, os motoristas ainda continuam sujeitos a graves acidentes. A Ecovia Caminhos do Mar ignora normas de segurança e não atua com rigor para evitar acidentes. Até quando vamos ter mortes nesta rodovia”, questiona o deputado.
Em resposta a requerimento de Romanelli, aprovado pela Assembleia Legislativa, o diretor da Ecovia, Silvio Caldas respondeu aos questionamentos, negando quaisquer responsabilidades da concessionária, que culpou a “seca extrema do solo” pelo acidente. No requerimento, Romanelli pede ainda ao diretor-geral do DER-PR, Fernando Furiatti Saboia e ao diretor-presidente da Agepar, Omar Akel, esclarecimentos sobre quais ações foram adotadas pela concessionária para atender as vítimas e evitar novos acidentes.
Romanelli questionou sobre quais eram as condições da rodovia e quais foram as circunstâncias que poderiam ter influenciado no acidente da BR-277. “Não podemos aceitar que acidentes dessa gravidade continuem acontecendo em uma rodovia que tem uma tarifa cara, mas não garante segurança aos usuários”.
“Trata-se de um panorama decorrente da grave situação de seca extrema do solo, que queima de forma constante. Durante o dia, face a alta temperatura e luminosidade solar constante e atual ausência de nuvens, a fumaça é facilmente dissipada na atmosfera de forma que pouco é notada. Já durante os períodos noturnos e do início da manhã, face a queda da temperatura e umidade do ar suficiente para o processo de inversão térmica (condição climatológica de áreas úmidas), ocorre o bloqueio atmosférico por adensamento, formando nevoeiros na região da várzea do Rio Iguaçu, impedindo a dissipação das partículas da fumaça”, justifica o diretor da Ecovia.