Não há ambiente livre da Covid-19, alerta secretário estadual da Saúde

A Secretaria de Estado da Saúde reafirma a recomendação para que a população mantenha as medidas preventivas para conter a disseminação da Covid-19: distanciamento social de no mínimo um metro e meio, deixar os ambientes ventilados, evitar aglomeração, usar máscara de proteção individual de forma adequada e fazer higienização das mãos com água e sabão ou álcool gel 70%.

“Enfrentamos um aumento acelerado de casos de Covid-19 em todo o País e, no Paraná, o cenário do mês de março não foi diferente. Hoje podemos afirmar com toda certeza que não há ambiente livre da Covid-19. A transmissão comunitária está presente, o que significa dizer que não é mais possível rastrear qual é a origem da infecção, indicando que o vírus circula em todas as regiões”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

Atualmente, 100% dos municípios do Paraná têm casos confirmados e 98% registram óbitos confirmados.

Os decretos estaduais restritivos estabelecidos desde 26 de fevereiro, e também os municipais, têm ajudado a conter a transmissão, inclusive reduzindo a média móvel de casos em 34% e a média móvel de óbitos em 42%. “Mas esses números são observados dentro de um patamar elevado. O mês de março concentrou um total de 41% dos casos confirmados e 45% total dos óbitos provocados pela pandemia no Estado”, afirmou o secretário.

Ele enfatizou que este é um momento de pensar coletivamente para que o Estado consiga quebrar esta cadeia e conquistar uma estabilidade. “Para isso, o Governo do Estado realiza um grande esforço que envolve a ativação de estruturas hospitalares e a distribuição de vacinas. Mas estas medidas não bastam. Destacamos enfaticamente que não há ambiente livre da Covid-19 e é fundamental o envolvimento da população neste controle”, afirmou Beto Preto.

SITUAÇÃO 

A coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde, Acácia Nasr, também ressaltou que o controle da disseminação da Covid-19 pela comunidade é a melhor maneira de proteção e prevenção. O aumento da circulação do vírus leva a infecção a pessoas na faixa etária entre 20 e 59 anos, correspondendo a 21% dos óbitos. Este é um fator a mais de atenção e preocupação da Secretaria.

“Desde novembro de 2020 observamos um amento da circulação no Paraná. Hoje, segundo o Informe Covid-19, a média de idade dos casos confirmados é de 39 anos, representando 76% dos diagnósticos positivos”, ressaltou Acácia.

Segundo a coordenadora, a transmissão não controlada em pessoas mais jovens apresenta risco significativo de morbidade e mortalidade em toda a população.

“Esta faixa etária é que a mais se movimenta. Além do custo humano, isso impactaria a força de trabalho como um todo e sobrecarrega a capacidade dos sistemas de saúde em fornecer cuidados. Hoje nossa taxa de ocupação de leitos é de 95%. É importante lembrar que níveis acima de 75% de ocupação indicam alerta para os serviços de saúde”, afirmou.

MONITORAMENTO 

Outro fator que indica a intensidade da circulação do coronavírus no Estado é a taxa de positividade dos exames, que está em torno de 40%.

A Secretaria da Saúde destaca várias iniciativas de monitoramento do cenário do Paraná, como do Instituto de Biologia Molecular (IBMP), que acompanha diariamente os resultados de testes realizados em todas as regiões e na Capital.

No dia 28 de março, por exemplo, a análise do IBMP apontou 33% de resultados positivos em 4.110 amostras analisadas do Paraná. A taxa subiu para 41% em Curitiba, a partir de 720 amostras liberadas no GAL (Gerenciador de Ambiente Laboratorial/MS). Os dados da terça-feira (30) apontaram 37,96% positivados em 3.754 amostras avaliadas no Paraná. Na Capital, o percentual de positivação foi de 42,09% em cima de 1.039 exames.

VARIANTES 

A coordenação de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde destacou, ainda, como fator de alerta o recente aumento das variantes em circulação, potencializando a transmissibilidade e a gravidade da doença. “Neste momento acredita-se que a variante predominante no Paraná seja a variante brasileira P.1, que se originou em Manaus no final de novembro”, disse Acácia Nasr.

Ela também reforçou a necessidade da adoção de medidas preventivas pela população nesta véspera de feriado da Páscoa. "Nossa orientação é de manter o distanciamento social e a lista de medidas de prevenção. Em casos de sinais e sintomas ou contato com um caso suspeito ou confirmado de Covid-19 é preciso fazer isolamento por um período de 10 dias”, arrematou.