Câmara de Cascavel já tem votos para cassar Hallberg 

EXCLUSIVO

Um levantamento exclusivo feito pelo jornal Agora Paraná junto aos vereadores de Cascavel revela que já há votos suficientes para a cassação do vereador Fernando Hallberg. Nos bastidores do poder em Cascavel não se fala em outra coisa. De um lado, o vereador do PPL busca auxílio com seus advogados, de outro, vereadores feridos por Hallberg assistem de camarote o crime contra o patrimônio que pode custar o mandato do vereador. A ação foi patrocinada pelo advogado Moacir Vosniak.

Pelo menos 14 vereadores ouvidos pela reportagem disseram que caso a denúncia seja recebida pelo presidente da Câmara de Vereadores de Cascavel, Alécio Espinola, devem proferir seu voto a favor da cassação do mandato de Hallberg. Caso o presidente receba a denúncia na próxima sessão que será realizada na segunda-feira (20),  uma comissão processante formada por três vereadores deve ser nomeada para dar prosseguimento a ação.

Trâmites legais

Caso a ação seja recebida, o denunciado terá um prazo de dez dias para apresentar a defesa prévia por escrito, indicando as provas que pretender produzir e arrolando até dez testemunhas. Decorrido o prazo de defesa, a Comissão processante terá cinco dias para emitir parecer e opinar pelo prosseguimento ou arquivamento da denúncia. O parecer será então será submetido ao plenário.

Se a comissão opinar pelo prosseguimento, o presidente designará de imediato o início da instrução e determinará os atos, diligências e audiências que se fizerem necessários para o depoimento do denunciado e inquirição das testemunhas.

Hallberg admite que recebeu dinheiro público, mas afirma ter sido equívoco 

O parlamentar confessou o crime contra o patrimônio ao vivo na rádio Independência em entrevista ao jornalista Sérgio Ricardo. O vereador disse que o recebimento de publicidade  da prefeitura de Cascavel para revista Aldeia de sua propriedade foi um equívoco por parte da equipe comercial da Revista Aldeia.

"Vamos fazer um paralelo. Havia um vereador dono de mercado. Imagine um se terceirizado da prefeitura que está fazendo uma obra na Tancredo Neves vai comprar no mercado do vereador. O caixa lá não tem como saber se a empresa  que comprando lá é uma terceirizada", disse Halberg ao jornalista Sérgio Ricardo.

Para o vereador, o departamento comercial da Revista não teria como saber que a agência contratante faria uma propaganda da prefeitura, no entanto, como se trata de uma revista impressa, por óbvio quando receberam a arte da publicidade sabiam que se tratava de uma publicidade legal, solicitada pela própria revista.  "Quando tomei conhecimento disso, pela questão da moralidade, fizemos a devolução. Isso não era segredo pra ninguém e está sendo usado por retaliação política", completou Hallberg.

Pela transparência

Um dos vereadores ouvidos pela reportagem disse que até o próprio Hallberg deveria ser a favor da comissão processante, pois ele tem se colocado como paladino da moralidade e da transparência e nada melhor do que a abertura desta comissão para que haja transparência para a população. Dessa forma, Hallberg vai provar do próprio antídoto. 

Hallberg tem utilizado o poder judiciário como ferramenta para atingir seus desafetos. Abre processos como troca de camisas. A maior parte destes processos não prospera, mas ele tem entulhado o poder judiciário como forma de censura a jornalistas e de intimidação a seus desafetos.

Em pouco tempo como vereador, Hallbeg conseguiu brigar com tudo e com todos e tem usado a Tribuna da Câmara para se promover ou para promover projetos pessoais de forma travestida de denúncias e ações na justiça que não prosperam.