Chantagem no Porto: Clandestino pediu US$ 4 mil para deixar Paranaguá

Um dos clandestinos resgatados pela Polícia Federal no Porto de Paranaguá, que viajaram no casco de um navio de bandeira de Hong Kong, pediu US$ 4 mil para deixar o Brasil. O pedido foi feito para a Agência Marítima, ligada a Bunge, responsável pelo navio. A informação foi apurada neste sábado por fontes ligadas ao armador do navio.

 Essa prática criminosa é comum nos Portos brasileiros, mas são ignoradas por parte da imprensa e por autoridades, que evitam falar sobre o assunto, mas se tornou um mercado para jovens africanos que se tornaram profissionais em ser clandestino.

Na prática, eles deixam o país em diração ao Brasil, se aproveitando em brechas na lei, que praticamente obrigam o armador do navio a bancar as despesas dos clandestinos que ficam em bons hotéis, com direito a suco de laranja, mamão cortadinho e pão de queijo. A reportagem apurou com as agências marítimas e um clandestino chega a custar U$ 100 mil, teve um caso que o custo ultrapassou R$ 1 milhão. 

Um fato inusitado foi protagonizado por Ondobo Wilfred Happy, em 2012, que acusou 16 marinheiros turcos de terem o jogado no mar. Após a reportagem descobrir que Ondobo estava mentindo e ter pedido dinheiro para conceder entrevista a este jornalista, á época como correspondente da Gazeta do Povo no litoral, a informação foi chave para que os marinheiros fossem absolvidos. Eles foram defendidos pelo advogado Giordano Vilarinho Reinert, um dos mais capacitados nesse tipo de casos no Brasil.

Imagem: Oswaldo Eustáquio

As chantagens recorrentes nos Portos brasileiros por clandestinos profissionais precisa ser um assunto amplamente discutido para a legislação seja alterada e aqueles que realmente precisam de refúgio, não sejam prejudicados por estes criminosos, que se utilizam dos Direitos Humanos para cometer crimes. É preciso separar o joio do trigo em um momento que há uma sobrecarga no Conare, sobretudo com a demanda de refugiados venezuelanos, que já são maioria na cidade de Pacarima, Roraima, que faz fronteira com a Venezuela.