Quatro Barras cria grupo de estudos arqueológicos dos Caminhos Coloniais
Quatro Barras está na rota das primeiras conexões entre o Primeiro Planalto e o litoral paranaense. Os caminhos que datam do século XVII foram utilizados por caçadores, mineradores e populações indígenas. Com a chegada dos colonizadores na região, esses caminhos receberam melhorias por meio do calçamento com pedras, realizado por mão de obra escrava. Há vários pontos que ainda registram parte desses calçamentos como a estrada Caminhos dos Jesuítas, na região rural do Ribeirão do Tigre.
Estes caminhos foram estratégicos para o desenvolvimento do Paraná. Foram eles que possibilitaram a conexão entre os portos de Paranaguá e Antonina com a capital Curitiba. Também serviram de vias para o escoamento de todo tipo de produtos, em especial a erva-mate, transportados em lombos de mulas.
O caminho histórico conhecido como Estrada Antiga da Graciosa guarda relíquias arqueológicas ainda inexploradas. Todo o trajeto entre a Casa de Pedra até a divisa com o município de Colombo nunca foi estudado.
Os grupos de estudos que serão formalizados por decreto municipal tem como objetivo apoiar pesquisas arqueológicas e a gestão do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental Paranaense. Somente depois da conclusão destes estudos será possível a indicação das medidas de conservação, restauro e uso público dos caminhos.
Uma das primeiras medidas para viabilizar o projeto já foi concluída pela Prefeitura com a instalação de placas de alerta para os cuidados necessários à preservação e crimes que incidem sobre a degradação deste patrimônio.
O grupo terá necessariamente a coordenação de um arqueólogo e será composto por membros da Secretaria de Estado da Cultura, Secretarias Municipais de Turismo, Cultura e Meio Ambiente, além de representantes de organizações não governamentais, autarquias associadas à área, proprietários e moradores.
O Grupo já discutiu e aprovou um termo de referência a ser protocolado junto ao IPHAN – Instituto Histórico e Artístico Nacional para nortear os estudos a serem realizados.
Além desta ação inédita para esta parte do caminho jamais estudado, o grupo também terá a missão de avaliar as ações desenvolvidas e o estado de conservação e gestão do Caminho Colonial do Itupava.