Saúde vai intensificar vacinação contra febre amarela; área rural é prioridade

Araucária não tem casos registrados de febre amarela. E para o município continuar sem casos é que a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) vai trabalhar a prevenção intensificando a vacinação em todas as unidades básicas de saúde. A área rural terá atenção prioritária com equipes de saúde indo de casa em casa para a vacinação dos moradores e trabalhadores que encontrarem no local. A preocupação maior é com os adultos de até 59 anos. Uma dose da vacina garante proteção para a vida toda.

Todas as unidades básicas de saúde de Araucária estão realizando a vacinação de segunda a sexta-feira. As senhas da sala de vacinação estão sendo entregues das 8h às 16h30 nas unidades da área urbana e das 8h30 às 16h na área rural. Antes, a vacinação ocorria apenas em dias específicos e para situações específicas. As pessoas que moram/trabalham na zona rural terão atenção especial já que o risco é maior em regiões de mata; incluindo aquelas que buscam cachoeiras e trilhas aos fins de semana. Não há informações sobre a circulação do vírus da febre amarela em Araucária, mas é preciso sempre o alerta já que o mosquito Aedes Albopictus, nativo da região, pode ser um transmissor se for infectado.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, no período de julho de 2017 a junho de 2018, 1.376 casos em humanos foram confirmados no Brasil, com 483 mortes; quase todos na região sudeste do país. O período de maior ocorrência de transmissão da doença é entre dezembro e maio quando fatores ambientais (como o aumento de chuvas e de temperatura) propiciam o aumento da quantidade dos vetores (mosquitos). Recentemente, houve casos de morte pela doença numa região de São Paulo que faz divisa com a região de Curitiba. Todo o Estado do Paraná está em área com recomendação de vacinação contra a febre amarela.

Nesta semana, servidores da SMSA participaram de capacitação para profissionais da área de urgência e emergência para tratar sobre essa doença. As instruções serão repassadas a outros grupos de profissionais. Em 2018, crianças e adolescentes que eram público-alvo da intensificação da vacinação contra o vírus HPV também foram vacinadas contra a febre amarela (aquelas que não haviam tomado nenhuma dose antes). A Saúde também deve retomar as palestras sobre a doença em escolas rurais.

Febre de início súbito (maior que 37,8°C), dor de cabeça, mal estar, calafrios, tonturas, dor lombar podem ser sinais de várias doenças, inclusive da febre amarela. Por isso é muito importante que o morador vá a uma unidade de saúde caso apresente os sintomas.

Turismo – Viajantes devem estar atentos à recomendação de vacinação contra a febre amarela (e/ou de circulação do vírus). Quase todo o país está em área onde a vacinação é recomendada para garantir proteção. A dose única deve ser tomada com, no mínimo, 10 dias de antecedência da viagem; tempo necessário para o organismo criar os anticorpos. Há países que exigem dos brasileiros a certificação internacional de vacinação contra a febre amarela. O documento é emitido pela Anvisa com base na comprovação da vacina em carteira de vacinação. Mais um motivo para guardar bem a carteira.

Exceções – Pessoas acima de 60 anos, gestantes, mulheres amamentando, pessoas que apresentam reação alérgica grave a ovo e pessoas com HIV/AIDS devem buscar orientação com os profissionais de saúde para avaliar se a vacinação nesses casos é recomendada ou não. Bebês menores de 9 meses, pessoas que passam por quimioterapia ou radioterapia, transplantados são exemplos de algumas das situações em que a vacina não é indicada. Os profissionais de saúde da unidade básica mais próxima podem esclarecer quaisquer dúvidas sobre quem pode ou não ser vacinado.

Orientações – Assim como os humanos, os macacos também podem ser vítimas da febre amarela. A morte de macacos é um sinal de que o vírus da febre amarela pode estar circulando na região. Por isso, é importante o morador comunicar os órgãos de saúde da existência de macacos mortos (Ouvidoria da Saúde 0800-6437744). A colaboração dos moradores é fundamental para que as equipes de saúde avaliem se há risco ou não da doença na área. É sempre importante lembrar que o ser humano deve se preocupar com a transmissão da doença pelo mosquito. As pessoas não vacinadas, ao frequentarem áreas de matas, podem ser picadas por mosquitos infectados. Macacos infectados pelo mosquito não transmitem a doença para o ser humano e, portanto, não há motivo para que sejam agredidos.

Se o foco é o mosquito, o alerta deve ficar para situações que favorecem a criação de focos, como o acúmulo de lixo. Manter terrenos e habitações limpos ajudam a evitar a transmissão não apenas da febre amarela, mas de outras doenças transmitidas por mosquitos, como a dengue.