Homicídios caem quase 25% em Curitiba no primeiro semestre

Os primeiros seis meses de 2017 terminaram com uma redução expressiva do número de homicídios na cidade de Curitiba. A queda foi de 24,4% no comparativo com o primeiro semestre de 2016. Foram 233 mortes no ano passado e 176 este ano, 57 assassinatos a menos. É o menor número de homicídios já registrados em Curitiba nos últimos 10 anos, quando a Secretaria da Segurança Pública do Paraná, através da Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico (CAPE), iniciou a contagem.

“É um índice favorável que reflete o trabalho que está sendo feito pelas forças de segurança do Paraná. Este índice já vem em sucessivas quedas desde 2010, quando o governo começou a fazer investimentos focados e especializados na área de repressão a homicídios”, avalia o secretário da Segurança Pública e Administração Penitenciária Wagner Mesquita.

De 2011 para cá o índice de homicídios na capital despencou 56%. No primeiro semestre de 2010 foram contabilizados 404 homicídios – uma média de 67 assassinatos por mês. No ano seguinte, registrou-se uma redução de 11% no índice e desde então o número de assassinatos em Curitiba vem caindo.

“São números extremamente satisfatórios. É uma redução de mais de 50%. Trata-se de um importante avanço no enfrentamento dos crimes contra a vida. Tenho certeza que a eficiência da Polícia Civil nas investigações, tirando de circulação os autores e mandantes dos crimes desta natureza, e a eficiência da PM no policiamento preventivo é que resultaram nesta importante redução destes crimes contra a vida”, disse o delegado-geral da Polícia Civil, Julio Cezar dos Reis.

INTEGRAÇÃO – Para o secretário, o trabalho integrado das polícias Civil, Militar e Científica ajuda a explicar a diminuição expressiva. “O resultado advém do trabalho da Polícia Militar através das UPS, que foram posicionadas em locais de maior incidência de homicídios, cirando uma relação de convivência e confiança dos moradores com policiais. Assim, as informações chegam até a polícia de forma natural”, afirmou.

Por parte da Polícia Civil, com a mudança da delegacia de Homicídios para Divisão de Homicídios de Proteção a Pessoa (DHPP), foram disponibilizados mais delegados, escrivães e investigadores que têm se especializado no combate a este tipo de crime. “O trabalho da Polícia Científica também é extremamente importante na coleta de provas no local de crime para dar subsídios para futuros mandados de prisão e de busca para chegar a autoria do crime”, completou o secretário.

BANCO DE DADOS – Além da parceria entre as forças de segurança, o diretor da Polícia Científica do Paraná, Hemerson Bertassoni, ressalta a importância do banco de dados de DNA do Paraná que é integrado a todos os laboratórios do país. “A ação integrada da Polícia Científica com a Polícia Civil na elucidação destes crimes apresentando provas robustas de maneira inequívoca. O que tem ajudado bastante na elucidação dos homicídios é o banco de dados de DNA com identificação genética nacional”, explica Bertassoni.

MOTIVOS – De acordo com o titular da Divisão de Homicídios e Proteção da Pessoa (DHPP), delegado Fábio Amaro, vários são os fatores que influenciaram a queda de assassinatos em Curitiba. O primeiro deles seria a maior integração entre os órgãos de segurança pública, com a Polícia Militar, Guarda Civil e a Divisão de Homicídios realizando operações pontuais de prevenção e combate a esse tipo de crime nas regiões de maior incidência identificadas pela Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico (Cape) da Secretaria.

“Outros fatores são o aumento expressivo no número de prisões de homicidas, de expedições de mandados de prisão, a parceria irrestrita das redes de atendimento da DHPP, do Ministério Público, das 1.ª e 2.ª Varas dos Júri de capital. Além disso, houve a reativação do Disque Denúncia, que até o presente momento nos trouxe mais de 500 denúncias desde o final do ano passado, nos dando um norte importante nas investigações”, citou o delegado.

Ele explica que, com a possibilidade da realização de ligações anônimas através do atendimento de um computador, as testemunhas se sentem mais seguras para fazer a denúncia. Estes chamados, após o trabalho de inteligência e investigações, acabam se convertendo em prisões e elucidações de crimes. O número para atendimento é o 0800-6431-121.

“Esperamos que essa tendência de queda nos homicídios persista. Sabemos que é difícil, mas a equipe da DHPP está toda empenhada para conseguir esse objetivo”, concluiu Amaro.