Sacolões da Família ampliam oferta de alimentos a R$ 2,29 o quilo

As 190 mil pessoas atendidas mensalmente nos Sacolões da Família da Prefeitura estão economizando mais: todas as 15 unidades do programa cobram R$ 2,29 o quilo para cerca de 50 alimentos in natura.

Este preço único, mais baixo que o dos mercados tradicionais, é conseguido com três medidas. “Incentivamos os comerciantes a negociar preços com atacadistas, comprar de agricultores da região para reduzir custo de frete e priorizar produtos de safra. Assim, eles conseguem ampliar a oferta de alimentos com o valor de R$ 2,29 o quilo”, explica José Carlos Koneski, diretor do Departamento de Unidade de Abastecimento da secretaria, responsável pelos Sacolões da Família.

O número de 50 produtos a R$ 2,29 o quilo ultrapassa o estipulado pela Secretaria Municipal de Abastecimento, que estabelece este valor para uma lista de 30 hortifrutigranjeiros na primavera-verão e 23 no outono-inverno.

Koneski conta que a chamada “Pauta Mínima de Alimentos a R$ 2,29” foi criada para garantir um fornecimento uniforme de alimentos em todas as unidades do programa.

“Queremos garantir mais produtos com preço acessível, estamos negociando com os fornecedores para que o valor fique em R$ 2,29 para a maioria das frutas, legumes e verduras. Acredito que hoje, entre 50 e 60 itens custam esse preço”, salienta Adão Antunes de Campos Filho, 49 anos, que administra os Sacolões da Família do Pinheirinho, da Fazendinha e da Vila Sandra.  

Responsável pelo Sacolão do Boqueirão, Ederson Fernandes, 34 anos, confirma que a estratégia de sempre negociar com atacadistas e priorizar agricultores da região é fundamental para ter mais alimentos in natura a R$ 2,29 o quilo. “Buscamos onde e quem oferece o melhor preço. Nosso lucro precisa ser o mínimo possível para oferecermos à população alimentos de qualidade e preço acessível, normalmente 40% mais baixo que o do varejo”, acrescenta o Ederson.

Acompanhamento

Apesar da lista de hortifrutigranjeiros a R$ 2,29 o quilo não ser totalmente fechada, devido à possibilidade de quebra de safras e oscilações nos preços por conta da oferta, há algumas exigências por parte da secretaria. “Por isso, sempre estamos fazendo um acompanhamento periódico para garantir que estes alimentos tenham esse valor”, destaca Koneski.  Atualmente, os Sacolões comercializam 1,7 tonelada por mês de frutas, verduras e legumes.

No período primavera-verão, 30 alimentos obrigatoriamente precisam estar na “pauta” (custar R$ 2,29 o quilo). Fazem parte da lista: abóbora, abobrinha verde, berinjela, chuchu, pimentão, pepino, tomate, batata, batata doce, cebola, cenoura e beterraba. No caso das chamadas folhosas (alface e rúcula, por exemplo), no mínimo três espécies diferentes.

Entre as frutas, uma espécie de cada subgrupo (formado por abacaxi, abacate, banana, carambola, goiaba, mamão, manga, melancia, melão, maça, pêra e fruta de caroço) precisa ter o preço único. Se forem frutas cítricas, no mínimo duas espécies precisam custar R$ 2,29.

No período outono-inverno, quando há uma queda na oferta de alguns alimentos, há uma redução para 23 itens que precisam sair por R$ 2,29 o quilo. Tomate, batata, batata doce, cebola, cenoura, beterraba, aipim, cará, nabo e mandioquinha têm que custar o valor. Entre as folhosas, no mínimo três espécies têm que custar o preço.

No caso das frutas, uma espécie do subgrupo (formado por abacate, banana, caqui, maça, kiwi e maracujá) precisa custar R$ 2,29. Entre as frutas cítricas, no mínimo três espécies têm que ter o valor.

Variedade 

O preço único de R$ 2,29 o quilo da maioria dos hortifrutigranjeiros vendidos nos Sacolões da Família atrai pessoas de toda a Curitiba e até de outros municípios próximos.

O aposentado Pedro Hoffmann, 75 anos, é de Matinhos, no Litoral, mas fica em Curitiba de três a quatro dias por semana trabalhando. Ele compra aqui os hortigranjeiros que levará para serem consumidos no fim de semana pela família. “Levo para minha esposa e filhas. Elas gostam muito da variedade e qualidade das frutas e verduras”, disse ele, que fazia compras na unidade do Pinheirinho.

A esteticista Tatiana Almeida, 36 anos, uma vez por semana pega sua sacola retornável e vai ao Sacolão da Família do Boqueirão. “Como passo aqui na Rua da Cidadania, compro frutas e verduras para minha família, em especial para minha filha Tatiana, de 15 anos, que é super fitness”, justifica. “A qualidade, a variedade e o preço são imbatíveis”, garante a esteticista.

A funcionária de serviços gerais Helena Soczk, 57 anos, a cada 15 dias deixa Araucária para abastecer a despensa de casa com frutas, verduras e legumes vendidos na unidade do Pinheirinho. “Hoje, moro sozinha, meus filhos estão casados. Assim, compro só para mim. Mas faço questão de vir a Curitiba comprar no Armazém. Tudo é fresquinho, bonito”, salienta ela.

O aposentado Osmar Reinaldo da Costa, 68 anos, diz que para ele é obrigatório ir três vezes por semana comprar frutas, verduras e legumes no Sacolão do Boqueirão. “Moro aqui na Rua Anne Frank, a 300 metros, e sempre levo para casa laranja, tomate e banana, além de folhas”, explica ele, que faz questão de mostrar a listinha de alimentos in natura feita pela esposa Luci, 63 anos. “Ela não pôde vir, mas disse para eu não esquecer nada”, conta ele, já pronto para voltar para casa com três sacolas repletas de hortigranjeiros da unidade da Prefeitura de Curitiba.