Itaipu atinge marca histórica e se prepara para a atualização tecnológica da usina

Única usina no mundo com uma produção acumulada acima de 2 bilhões de Megawatts-hora (MWh), a Itaipu crava, nesta sexta-feira (14), 2,7 bilhões de MWh produzidos desde 1984. Com isso, a binacional estabelece uma dianteira de mais de 1 bilhão de MWh sobre a segunda colocada, a usina de Guri (Venezuela), que gerou 1,6 bilhão de MWh. A chinesa Três Gargantas e a norte-americana Grand Coulee vêm na terceira e quarta posições, com 1,3 bilhão e 1,1 bilhão de MWh, respectivamente.
 
Uma solenidade na usina, na manhã desta sexta-feira (14), em Foz do Iguaçu, celebrou a marca. A cerimônia reuniu toda a Diretoria Executiva e cerca de 300 empregados, a maioria da Diretoria Técnica, mas também de outras áreas que ajudam Itaipu a bater sucessivos recordes de produção e produtividade.
 
Mais do que estabelecer recordes, a conquista reforça ainda mais a importância estratégica de Itaipu para as infraestruturas do Brasil e do Paraguai. “O que significa essa quantidade de energia nos surpreende. Mas o principal é saber que isso é um potencial que está à disposição do Brasil e do Paraguai e ainda tem muito a contribuir para o bem-estar e o desenvolvimento de nossos povos”, afirmou o diretor-geral brasileiro, general Joaquim Silva e Luna.
 
O diretor-geral paraguaio, Ernst Ferdinand Bergen Schmidt, destacou a contribuição individual de cada trabalhador, desde o início da construção da barragem à atualidade, para constituir uma organização como Itaipu, “número um em produção acumulada, em produção anual, em eficiência e em áreas protegidas”. “E, olhando para os desafios do futuro, queremos também nos tornar número um em transparência e gestão em um mercado cada vez mais competitivo e exigente”, completou.
 
Com elevados índices de produtividade e disponibilidade das unidades geradoras (índices que também atingiram recordes no ano passado), a produção de energia na Itaipu não pode parar (em média, a empresa acrescenta 100 milhões de MWh à sua produção acumulada a cada 14 meses). Assim, os 2,7 bilhões de MWh já começam a “ficar no retrovisor” e a empresa foca no processo de atualização tecnológica da usina, para seguir produzindo com máxima eficiência.
 
Ao todo, serão necessários cerca de 14 anos para a atualização das unidades geradoras, com um investimento de US$ 650 milhões. Lançado em dezembro do ano passado, o processo licitatório deverá selecionar o consórcio vencedor no segundo semestre deste ano. O diretor técnico executivo, Celso Villar Torino, destacou que a indisponibilidade forçada (paradas de máquinas não programadas) é muito próxima de zero na Itaipu.
 
“Mas as máquinas têm uma vida útil. Podemos perder em eficiência, caso não façamos esse investimento”, comentou Torino. “E o processo levará 14 anos porque não queremos que haja impacto no fornecimento de energia para as sociedades brasileira e paraguaia. É como trocar os equipamentos de um avião em pleno voo”, completou.
 
O processo de atualização servirá, ainda, para fomentar novos negócios no Parque Tecnológico Itaipu (PTI). “Estamos focando na sustentabilidade do PTI e consideramos que o processo de atualização tecnológica da usina será uma excelente oportunidade para atrair empresas de base tecnológica para esse ecossistema que temos no parque, que já inclui laboratórios e centros de excelência, como nas áreas de segurança de barragens e sistemas elétricos”, afirmou o diretor-superintendente do PTI, general Eduardo Castanheira Garrido Alves.
 
(Foto: Rubens Fraulini)