STF manda prender Sara Winter por atos que ela não cometeu; Fogos e AI-5 são de outros movimentos 

A prisão da ativista Sara Winter realizada pela Polícia Federal na manhã desta segunda-feira foi deferida pelo Ministro Alexandre de Moraes às cinco da tarde deste domingo (14) baseada em "crimes" que não são crimes previstos no código penal e pior, que não foram cometidos por ela. Além, de ilegal, imoral e inconstitucional, a prisão de Sara foi pedida por atos cometidos por pessoas que sequer fazem parte do movimento 300 pelo Brasil e estão distantes de ser considerados crime. Moraes enviou à PGR ainda no mês passado pedidos de providência sobre o desejo de Sara Winter trocar socos com ele, depois a PGR foi pressionada pela Corregedoria para decidir sobre o caso e na pressa, atribuiu de forma equivocada, sem investigar corretamente, a participação da ativista e de seu grupo na queima de fogos de artifício em frente ao STF, que culminou na queda do subsecretário de Segurança Pública do Distrito Federal. 

Após a queima de fogos, o governador do DF, Ibaneis Rocha proibiu as manifestações que ocorreriam domingo, no entato, a queima de fogos de artifício foi realizada por um outro grupo de apoio à Bolsonaro reconhecido pelo bom trabalho que tem feito na esplanada. É de conhecimento público e é notório na esplanada quem são os patriotas que soltam fogos na Praça dos Três Poderes há quase um mês, geralmente no final de cultos na Praça ou em ocasições especiais. No caso específico de sábado, a queima de fogos foi transmitida ao vivo pela página do jornalista Oswaldo Eustáquio, que assina esta coluna e as imagens são muito claras e mostram que Sara Winter, e seu grupo dos 300 pelo Brasil NÃO estavam no local. O vídeo pode ser utilizado como prova dos erros grosseiros cometidos pela justiça, na pressão de Alexandre de Moraes.

O Ministro do STF se portou como o lendário Dom Quixote perseguindo os moinhos de vento. Se baseou em um silogismo onde a primeira premissa não é uma verdade axiomática, no português popular, misturou alhos com bugalhos e deferiu um pedido de prisão que atendia os seus desejos pessoais. Os advogados de Sara Winter devem levar este caso a Comissão Interamericana dos Direitos Humanos e ao Tribunal de Haia. Sem dúvida, a prisão de Sara Winter é uma grave violação aos direitos fundamentais, sobretudo ao direito de expressão e cria insegurança jurídica para a população brasileira. Quem deveria guardar a constituição está a rasgando e faz tempo. 

Durante a queima de fogos deste sábado (13), que alavancou o pedido de prisão da ativista, ela estava com seu namorado e com sua amiga Desire Queiroz em sua residência na Vila Planalto. No mesmo horário, de acordo com extratos do IFOOD, pagos com o cartão de crédito de Sara, eles estavam comendo pizza quatro queijos, calabreza e de Rúcula com Tomate Seco. 

O erro do STF e da PGR não para por aí. Na pressa, para atender o pedido do Ministro e da Corregedoria, o pedido de prisão também cita faixas sobre a intervenção militar e em alusão ao AI-5. Outro erro grosseiro, Sara Winter em todos os seus vídeos ela se mostra contrária a intervenção militar. Para ela, a manifestação do povo tem que garantir a governabilidade de Bolsonaro, já que uma intervenção traria uma ruptura na democracia. Ela se diz contra Ministros que cometeram atos de corrupção, baseado em informações de pedido de impeachment contra eles que estão protocolados no Senado, que são ignorados por Davi Alcolumbre, presidente da Casa que tem a prerrogativa que os colocar em pauta. 

Ela também se manifesta contra ordens absurdas dos Ministros, como quando se especulou pegar o celular do presidente da República e a interferência do STF na nomeação de Ramagem na Polícia Federal, instituição onde ela se encontra presa hoje.

Os advogados de Sara Winter entraram com pedido de Habbeas Corpus 43644/2020 contra a prisão, que deve ser avaliado pela Ministra Carmen Lúcia, de acordo com sorterio na Suprema Corte. Os Ministros do STF, em sua maioria foram indicados pelos governos lulopetistas, que parecem estar cobrando a fatura agora. Lula, Ciro, Freixo e os comunas estão tentando governar o Brasil através de liminares ajuizadas por eles ao STF, deferidas em sua grande maioria em menos de 48 horas na tentativa de esvaziar os poderes do presidente da República.