Mercado Regional Cajuru completa cinco anos

O comerciante Fernando José Rodrigues de Oliveira, 49 anos, ainda guarda na lembrança a aventura de ir, ainda menino, à antiga feira próxima a Paróquia São José, na Vila Oficinas. Já adolescente, as compras de frutas e verduras com a mãe, dona Neusa, foram transferidas para o Varejão Capão da Imbuia. Depois veio o casamento com Cilene do Vale, o nascimento do filho Gustavo e, nos últimos cinco anos, o programa de todo fim de semana: abastecer a casa de hortifrutigranjeiros e encontrar os amigos no Mercado Regional Cajuru.

Fernando lembra, com orgulho, que frequenta o mercado desde o dia da inauguração, em 14 de abril de 2012. Há exatos cinco anos, o Mercado Regional Cajuru virou referência para os moradores da região Leste de Curitiba, de bairros como Cristo Rei, Jardim Botânico, Capão da Imbuia, Cajuru, Jardim das Américas, Bairro Alto, Uberaba e até municípios vizinhos, como Pinhais, Piraquara e Colombo. 

“O clima intimista deste espaço da Prefeitura, em que todos se conhecem, vem conquistando cada vez mais clientes”, destaca o secretário municipal de Agricultura e Abastecimento, Luiz Gusi.  De acordo com ele, preço, qualidade e atendimento fazem do Mercado Regional uma ótima opção de compras e lazer para toda a família.

O local, com 1,1 mil metros quadrados, reúne 25 bancas e 16 boxes que vendem frutas, verduras, carnes, frios e laticínios, cereais, mel, peixes, ovos, bolachas, conservas, mercearia japonesa, massas e bebidas. Também existem permissionários com lojas de calçados, roupas, flores e brinquedos. Além disso, há uma área gastronômica, com restaurante, delicatéssen, lanchonete e café.

Nos fins de semana, agricultores de Campo Largo e Araucária ocupam as bancas do Mercado Regional do Cajuru para vender alimentos in natura, bem como produtores de orgânicos de Colombo. Outro grande diferencial do espaço é o estacionamento gratuito.

Freguês fiel

Quem percorre as bancas de hortifrutigranjeiros encontra uma variedade de produtos. Iris Aparecida Silva Potulski, 56 anos, vende diariamente alface, escarola, repolho, rúcula, brócolis, couve-flor, tomate, pepino, jiló e outros produtos fresquinhos. “Tenho uma clientela cativa e conheço a maioria pelo nome”, salienta a comerciante.

Ela conta que, continuamente, investe na melhoria do serviço. “Fiz curso no Sebrae para atender melhor”, acrescenta Iris, que comemora a boa lucratividade mensal.

Dono de dois boxes que comercializam vinho, mel e frios, Valdemiro Esmanhotto, 70 anos, também está no Mercado Regional do Cajuru desde a abertura. “Trabalho na região há 50 anos, inicialmente, nas feiras, depois no varejão e agora no mercado regional”, recorda o comerciante, conhecido por todos como seu Miro. Segundo ele, o atendimento personalizado é um dos diferenciais do espaço. “A gente aprendeu os gostos dos fregueses e eles retribuem sendo fieis”, recorda.

Ornildo Franciscon, 67 anos, conta que, devido aos pedidos dos clientes, há uma grande variedade de carnes em seu box. “No dia a dia, sai mais carne moída e bifes, mas também tenho frango caipira e costela, que vendo mais nos sábados e domingos. Além disso, tenho produtos especiais, com carneiro, marreco, codorna e pato”, diz. “O que o freguês quer, a gente corre atrás”, acrescenta o comerciante, que começou a trabalhar com carnes ainda no Varejão Capão da Imbuia.

Na loja de calçados de Alaide Soares Nascimento Timião, 54 anos, as sapatilhas femininas são o carro-chefe. “Cada vez mais as mulheres buscam conforto e praticidade”, salienta ela, que oferece linhas feminina, masculina e infantil. Alaíde lembra que começou a vender sapatos ainda nas feiras do bairro, em seguida foram mais seis anos no Varejão Capão da Imbuia e depois a transferência, em 2012, para o Mercado Regional. “Senti muito a diferença. Tive que investir em variedade, qualidade e atendimento, pois o público é muito maior e está mais exigente”, afirma ela, que revela ter uma clientela fiel.

Com porções fartas e muito bem apresentadas, não dá para resistir a delícias como isca de peixe, frango à milanesa, estrogonofe de frango e o filé de peixe com molho de camarão oferecidas, na hora do almoço, no Toca do Camarão. “Atendemos, em média, 200 pessoas por dia”, conta o proprietário, Hiro Nakirimoto, 54 anos. O restaurante também oferece yakissoba e pratos na chapa (filés, camarão e frango), mas o grande apelo é mesmo o “prato do dia”, a R$ 12.

Passeio

O aposentado Francisco Marcondes, 77 anos, vai ao menos uma vez por semana ao mercado regional. “Aqui não é preciso pagar estacionamento. Assim, meu filho me traz e acabamos fazendo um passeio juntos. É uma ótima opção para comprar frutas e verduras”, destaca.

Moradora da vizinha Pinhais, a aposentada Salete do Carmo Biazin Sae, 68 anos, passou a frequentar recentemente o espaço da Prefeitura. “Conheci com minha irmã, que mora no Capão da Imbuia e, agora, sempre que posso dou uma parada aqui e compro produtos para casa. “Gosto da variedade e também posso comprar tudo fresquinho”, justifica.

O comerciante Fernando José Rodrigues de Oliveira, 49 anos, lembra ainda um grande apelo do Mercado Regional Cajuru: o clima de cidade do interior. “Nos fins de semana, eu e meus amigos combinamos para vir e, é claro, o papo sobre futebol rola solto”, observa ele.

Para Fernando, o espaço é ideal para visitar com toda a família. “A criançada pode vir com os pais e dá para percorrer as bancas, almoçar ou fazer um lanche com tranquilidade e segurança”, garante.

Público recorde

Com um aumento de 51% no número de visitantes em 2016, em comparação ao ano anterior, o Mercado Regional Cajuru quer se consolidar ainda mais como polo de compras de alimentos e lazer de Curitiba.

No ano passado, o espaço recebeu 638.208 visitantes. Em 2015, foram 422.484. Para isso, a Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento, responsável pelo local, prepara melhorias no local. “Vamos incentivar autogestão, buscar o apoio do Sebrae para ajudar os comerciantes a se capacitar e também apoiar projetos e eventos, que dão maior visibilidade ao local”, revela o secretário Luiz Gusi.