Polícia Civil elucida 86% dos homicídios ocorridos em Curitiba
A Polícia Civil do Paraná (PCPR) elucidou 86,2% dos homicídios em Curitiba entre janeiro e outubro deste ano. O resultado supera os do Departamento de Polícia de Nova Iorque (NYPD), considerado uma das melhores polícias do mundo e que alcançou o índice de 50,9% na solução de homicídios, no segundo quadrimestre de 2020.
Na capital, nos primeiros dez meses, foram registrados 204 casos de homicídios e feminicídios, e 176 foram solucionados. Dos inquéritos concluídos 169 são de homicídio e sete são de feminicídio. Dos resolvidos, 142 casos são de 2020 e 34 de anos anteriores. Ao todo, 124 suspeitos foram presos no período, sendo que 89,5% são homens e 10,5% são mulheres.
"Isso é resultado de um dedicado trabalho desenvolvido pela Polícia Civil em prol da população, que clama por justiça diante de uma situação de crime", avalia o secretário da Segurança Pública do Paraná, Romulo Marinho Soares.
Para o delegado-geral da PCPR, Silvio Jacob Rockembach, o bom índice está atrelado a muito planejamento, uma gestão de resultados, dedicação e profissionalismo dos policiais civis. “Nós sempre estamos em busca de resultados melhores ou, pelo menos, iguais aos de outras polícias do mundo, consideradas referência em investigação criminal”, ressalta.
O delegado Thiago Nóbrega avalia que alcançar índice tão satisfatório é resultado de um conjunto de fatores. "Esse índice mostra o empenho e afinco dos policiais civis, um trabalho exaustivo. O inquérito de homicídio é um trabalho complexo, que demanda tempo, provas periciais, e uma conjunção de forças, seja da PCPR, da Polícia Científica, da Polícia Militar ou da Guarda Municipal”, diz.
APRIMORAMENTO
Para que um inquérito seja concluído, ele precisa reunir indícios de autoria e materialidade que possam embasar uma ação penal. Desde 2019, a PCPR investe na especialização dos recursos humanos e em tecnologia para refinar o trabalho de polícia judiciária. Drones, rastreadores, programas e novas viaturas fazem parte da reestruturação.
“O futuro da Polícia Civil é a especialização cada vez mais presente, o aprimoramento em técnicas de investigação, em cursos, em fornecimento de material para que a investigação possa fluir. Bem, como câmeras fotográficas, drones, rastreadores e inteligência. A união de esforços e o constante avanço na tecnologia acaba refletindo nos elevados índices”, conta Nóbrega.
CASOS COMPLEXOS
A PCPR possui equipes especializadas na investigação de crimes mais complexos. Nenhum caso é abandonado. O objetivo é solucionar e identificar a autoria dos crimes de difícil solução e que estão em tramitação há mais tempo.
Durante o período de elucidação, um dos casos complexos concluídos foi o homicídio que vitimou Marcio da Silva Simões, de 30 anos, ocorrido em 12 de julho de 2009, no bairro Mossunguê. A PCPR finalizou o inquérito em agosto deste ano.
Outro exemplo foi o duplo homicídio de Adilson Cândido de Ramos, de 29 anos, e Gilmar Cândido de Ramos, de 37, ocorrido em 17 de maio de 2011, no bairro Novo Mundo. O caso foi finalizado no mês de julho.
DOBRADINHA
Durante o trabalho de investigações de assassinatos, a unidade especializada da PCPR acaba elucidando ou colaborando em inquéritos de outros crimes.
Oito entre dez homicídios estão diretamente relacionados ao tráfico de drogas. O delegado Thiago Nóbrega afirma que é comum identificar e prender traficantes durante as investigações. Entre janeiro e outubro deste ano, a Delegacia de Homicídios prendeu 64 pessoas por outros crimes associados ao assassinato. Do total, 49 pessoas eram homens e 15 mulheres.