Mudanças no Denatran: Carlos Magno caiu e Diretor-Geral Jerry Adriane está por um fio
O coordenador-geral de Planejamento e Controle do Denatran, Carlos Magno acaba de cair, informou a coluna de Lauro Jardim. E o Diretor-Geral está por um fio. As mudanças revelam o descontentamento de Jair Bolsonaro com a gestão os lobbys explícitos praticados pelos diretores, indicados por políticos que tem seus interesses próprios.
O Diretor-Geral do Denatran Jerry Adriane Dias Rodrigues tem feito duras críticas ao Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, seu superior direto. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo Rodrigues chegou a pedir demissão alegando que falta estratégia e gestão. Nos bastidores, os servidores do órgão relatam que Jerry Adriane chegou a chamar o ministro de “Fanfarrão” e o clima estaria insuportável.
Segundo a carta de demissão, não há uma estratégia para atingir as premissas estabelecidas pelo Código de Trânsito Brasileiro e pelo Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões de Trânsito. “Tampouco estou conseguindo estabelecer essa estratégia, a fim de subsidiar o ministro e suas decisões”, argumenta. “Quero deixá-lo à vontade para procurar alguém mais alinhado a sua forma de pensar e de trabalhar. Esta semana faço o meu pedido de exoneração”, disse em carta ao Ministro. Em nota a Assessoria de Imprensa do Ministério da Infraestrutura informou que “até o momento, não houve pedido de exoneração do diretor Jerry Adriane Dias”.
As críticas do diretor-geral do Denatran ao Ministro, vem na esteira da indignação de seu ex-chefe, o deputado Hugo Leal (PSD-RJ) sobre as decisões do presidente Jair Bolsonaro em suspender os radares móveis no país e também sobre o desejo do presidente em não tornar mais obrigatório os exames toxicológicos. Jerry Adriane foi chefe de gabinete do deputado Hugo Leal de 2015 até janeiro de 2019, quando deixou o gabinete para assumir a direção do Denatran.
O deputado carioca recebeu R$ 198,5 mil em doações eleitorais de três diretores do Labet, laboratório responsável por 35% de todos os exames toxicológicos realizados no país em 2018.
Fontes ligadas à Câmara dos Deputados dão conta de que Jerry Adriane quer pressionar o Ministro por causa do lobby dos laboratórios e simuladores, este último comandado por Carlos Santana.
Em meio as críticas de Jerry Adriane ao Ministro e ao presidente, hoje ele participou de uma reunião a portas fechadas no Banco Central para discutir exatamente a Resolução 4.088/2012, que dispõe sobre o registro, em sistema e de liquidação financeira de ativos, das garantias constituídas sobre veículos, ou seja a questão dos gravames e de cadastro de registro de financiamento de veículos, que estão sob suspeição em vários estados brasileiros, em um esquema de corrupção comandado por Santana.